Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos

Investimento em Infraestrutura de Transportes e Crescimento Econômico: uma Análise Espacial dos Estados brasileiros

Matheus Rissa Peroni Ribeiro, Lucas Mikael da Silva dos Santos (Autor) — Wed, 10 Apr 2024 00:00:00 -0300

O objetivo deste artigo é avaliar o impacto dos investimentos públicos em infraestrutura de transportes sobre o crescimento econômico brasileiro. As principais hipóteses investigadas são: i) os investimentos em infraestrutura de transportes contribuem para o crescimento econômico dos estados brasileiros; ii) esses investimentos possuem maiores efeitos nas regiões menos desenvolvidas do Brasil. Para tanto, utilizam-se quatro métodos de dados em painel espacial estático e dinâmico para as 26 unidades federativas, no período de 1998 e 2012. Os resultados econométricos confirmam apenas a segunda hipótese, indicando que os investimentos em infraestrutura de transportes são mais produtivos nas regiões menos desenvolvidas do país (Norte e Nordeste). Ademais, com base nas análises descritivas, pode-se afirmar que o investimento per capita em infraestrutura de transportes e a presença dessa rubrica no orçamento dos estados apresentaram reduções no período analisado.

Abordagem Hierárquico-Espacial da Mobilidade Pendular para Trabalho: Evidências para o Estado do Ceará

Maria Adreciana Silva de Aguiar, João Mário Santos de França (Autor) — Wed, 10 Apr 2024 00:00:00 -0300

Este artigo avalia os determinantes individuais e regionais do deslocamento pendular por motivo de trabalho nos municípios do estado do Ceará. No que tange aos aspectos metodológicos, empregou-se o modelo logit hierárquico espacial. Os dados utilizados são provenientes do Censo 2010, do IBGE, da FIRJAN, do DENATRAN, do DATASUS e do IPEADATA. Os resultados a nível individual indicam que os trabalhadores que têm maiores chances de realização do deslocamento pendular são: do sexo masculino; brancos; mais velhos; com maior nível educacional; e que residem em área urbana. A nível municipal, as evidências mostram que quanto maior nível de emprego e renda do setor formal e o coeficiente de Gini dos municípios menores são as chances de deslocamento diário para trabalho. A probabilidade de pendular aumenta com o maior acesso ao transporte público, além de maior nível de emprego e renda no setor formal e maior grau de urbanização nos municípios vizinhos.

Mercado de Crédito Como Determinante do Crescimento Econômico: evidências para os municípios brasileiros (2002-2018)

André de Souza do Nascimento, Mauricio Vaz Lobo Bittencourt (Autor) — Wed, 10 Apr 2024 00:00:00 -0300

Dentro do debate em curso sobre as desigualdades econômicas e sociais no Brasil, o objetivo deste trabalho é analisar a importância do mercado de crédito para o crescimento econômico dos municípios brasileiros. A partir de um modelo de crescimento econômico de Solow-Swan aumentado e a estimação de dados em painel, investiga-se como o nível das operações de crédito bancário afeta o crescimento econômico per capita nas cidades brasileiras. Os resultados conclusivos revelam uma correlação positiva entre a disponibilidade de crédito e a renda per capita dos municípios brasileiros entre 2002 e 2018. Cidades com maior nível de desenvolvimento do mercado de crédito apresentaram maior nível de crescimento econômico per capita, o que corrobora com a hipótese de que o mercado financeiro é um importante determinante do crescimento econômico.

A Industria Catarinense Entre seu Passado Agro e o Futuro TEC: a integração local, nacional e global a partir da MIP 2018

Pablo Bittencourt, Arlei Fachinello, Bruno Mazzucco, Akauã Flores Arroyo (Autor) — Wed, 10 Apr 2024 00:00:00 -0300

O objetivo do artigo é analisar o enraizamento de setores industriais com diferentes intensidades tecnológicas à economia local catarinense, analisando também suas interações com o consumo e a produção nacional e global, de forma a dar precisão a características essenciais ao desenvolvimento da atual estrutura produtiva. Para isso, fez-se uso da Matriz Insumo-Produto 2018. Entre os resultados discutidos à luz da literatura disponível, destaca-se o enraizamento local mais pronunciado em setores intensivos em recursos naturais do que nos novos setores intensivos em tecnologia. Entende-se uma estrutura produtiva fortemente assentada em seu passado agro, o que limita expectativas sobre um futuro guiado por setores intensivos em tecnologia.

Monopólio Bancário e Espaço: uma análise dos custos de agência e de monitoramento dos bancos no Brasil

Wed, 10 Apr 2024 00:00:00 -0300

O objetivo deste artigo é apresentar que o monopólio bancário aumenta os custos de crédito devido às características espaciais do Brasil. A literatura tem centralizado estudos em torno dos impactos do monopólio, porém o espaço também influencia nas condições de financiamento. Isso ocorre porque a dimensão espacial cria custos de agência e monitoramento ao crédito. Diante disso, esta pesquisa apresenta a distribuição regional dos bancos e das micro e pequenas empresas, assim como dos indicadores de concentração do setor bancário. Os resultados conclusivos evidenciam que o poder de monopólio contribui para o distanciamento entre bancos e firmas, bem como entre a sede e as filiais das instituições financeiras. Portanto, a concentração bancária combinada à dimensão espacial tendem a aumentar as restrições de crédito no Brasil.

Crescimento econômico regional e complexidade: o papel das microempresas e dos MEI

Alberto Vallim, Leonardo Monasterio (Autor) — Wed, 10 Apr 2024 00:00:00 -0300

Este estudo estima a relação entre a complexidade e o crescimento econômico regional do Brasil entre 2008 e 2019. A principal contribuição deste trabalho está na inclusão de pequenas empresas sem empregados e microempreendedores individuais na construção dos indicadores de complexidade. Para isso, foram utilizados, além dos dados da RAIS, aqueles de CNPJ fornecidos pela Receita Federal. Foram calculados três índices de complexidade com bases de dados distintas: ICE^A(empresas, incluindo MEI), ICE^B (empresas, exceto MEI) e ICE^V (apenas vínculos empregatícios). Regressões de crescimento, com os devidos controles, mostraram que esses novos indicadores de complexidade estiveram associados ao crescimento econômico das microrregiões no período. Os resultados reforçam a importância de atenção à metodologia de cálculo das medidas de complexidade. Apesar das limitações do estudo e das características do período, a hipótese de que a complexidade local influencia o crescimento econômico não foi refutada.